segunda-feira, 4 de abril de 2011

Aula cinco...

 A Clínica Psicopedagógica

Quando vamos tratar de clínica existem alguns pontos que são muito importantes e que devemos que nos ater.
A visão do consultório pelo paciente, algumas características básicas a este respeito são:
·         Espaço para diversidade de atividades,
·         Claridade,
·         Simplicidade (é preciso atender diversas idades),
·         Conforto,
·         Aconchego,
·         Beleza,
·         Funcionalidade,
·         E sigilo (paredes que o som não se propague).
O consultório funciona como um “espaço potencial”* entre o local das primeiras aprendizagens familiares e o das aprendizagens formais.

O mobiliário e objetos de uso:
·         Mesa de tamanho suficiente para diversos fins (alem de ser legal usar uma mesa retangular na qual o terapeuta e o paciente possam alcançar os 2 lados)
·         Quadro de giz ou branco,
·         Armários fechados (que possibilitem guardar materiais como o devido sigilo e nos quais a criança não tem livre acesso)
·         Armários abertos para materiais livres,
·         Outras coisas também podem ser encontradas fazendo parte do mobiliário como a casinha.

A sala:
·         Deve ser de material resistente e de fácil manutenção, sem esquecer do aconchego,
·         Deve ser vista com uma das constantes do enquadramento, e como tal devem-se evitar modificações, ou a realização desta devem ser feitas apenas quando necessário sempre com preparo dos pacientes para se despedir do antigo e dar boas vindas a nova sala.
·         A decoração deve ser agradável e que caracterize um espaço de trocas de aprendizagem.

Alguns psicopedagogos ainda fazem atividades extra-sala, que permitem a ampliação dos contatos com situações de aprendizagem.

Visca descreve outro recurso – a caixa de trabalho:
“Após montada, a caixa será sempre a mesma. Ela “aguardará” a criança, colocada e ficando sempre sempre no mesmo lugar. Ela oferecerá a cada encontro a mesma gama de possibilidades de ação. Entretanto, cada vez o aprendiz/ aprendente poderá abordar o material de forma distinta, ou não – a escolha é dele.
Se o aprendiz, em todos os encontros, repete-se pega uma folha de papel e faz o mesmo desenho, ou escreve a mesma coisa anterior, podemos arriscar/ sugerir dizendo que ele está preso ao conhecido e teme enfrentar novas situações. Isso é uma interpretação por inferência e referendada numa sensibilidade clínico psicanalítica. Então daí podemos mobilizar o aprendente outra vez.”


Ainda em relação ao trabalho direto com a criança outros recursos são bem vindos e muito utilizados:
·         EOCA (entrevista operatória centrada na aprendizagem)
·         Jogos:
·         Sorte: onde o acaso decide o vencedor
·         Estratégicos: onde é importante o habilidade de raciocínio.
·         Conteúdos escolares,
·         Exercícios de funções relacionadas com a aprendizagem (percepção, memória, agilidade, destreza viso-motora e outros).

O primeiro contato telefônico
O primeiro contato é de muita importância para a adesão do processo terapêutico, ele esta cheio de significado.
Ele vem carregado de angustia, expectativas e é o primeiro vinculo do terapeuta e a família. O terapeuta deve fazer a escuta e demonstrar empatia com a família da criança.

Mesma que sendo procurado a família mostra resistência ao processo de terapia, as vezes discordam da forma do encaminhamento, podem ser hotis, resistir ao enquadramento, “esquecerem” do dia e hora ou até o abandono do processo.

Primeiro Encontro
O primeiro encontro tem caráter de investigardor no qual o psicopedagogo fará a escuta da queixa.

Investigar a queixa:
·         Impossibilidade de reter o conhecimento,
·         Impossibilidade de olhar, fixar atenção,
·         Interesse/motivação,
·         Impossibilidade de aprender
A queixa deve ser escutada em cada momento e refletir sobre o seu significado.
A queixa é o primeiro parâmetro para a definição da seqüência diagnostica e das técnicas a serem utilizadas.

A primeira sessão diagnostica
O terapeuta:
·         Ansiedade do desconhecido o qual ele terapeuta deverá penetrar para entender e compreender,
o   “terei sucesso?”
o   “farei bom vinculo?”
o   “o que esperam de mim?”
Essas são algumas perguntas que nos fazemos sempre que recebemos uma criança nova para atendimento por outro lado ainda tem a ansiedade do paciente e da família, em relação ao desconhecimento do processo:
o   “teremos a ajuda que buscamos?”
o   “o que poderá surgir?”
o   “seriamos culpado?”
o   “terei que me envolver?”

Diferentes formas de primeira sessão
Cada terapeuta vai utilizar o que achar mais conveniente para iniciar o processo com a família e criança.
Alguns terapeutas chamam para a primeira sessão apenas os pais, observam o que eles trazem em relação a criança e a historia de vida familiar, outros chamam pais e crianças juntos e observam a interessam destes.
1.   Entrevista para definir a queixa
2.   Anamnese
3.   EFES (entrevista familiar exploratória situacional)
4.   EOCA (entrevista operatória centrada na aprendizagem)

1.   Entrevista para definir a queixa
Tem como objetivo a escuta, é uma entrevista simples na qual os pais ficam livres para falar sobre o que esta acontecendo com seu filho e a aprendizagem.

2.   Anamnese
É uma entrevista realizada que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma queixa. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a queixa e o paciente.

(Modelo de anamnese: http://pt.scribd.com/doc/20136090/Anamnese-MODELOS-DE-FICHAS-PARA-AVALIACAO , tambem tenho um modelo que utilizava na clinica se quizerem posso enviar por e-mail)

3.   EFES
A entrevista familiar tem como objetivo a compreensao da queixa, conhecimento das relações familiares e espectativas, conhecimento que a familia tem sobre a Psicopedagogia, definição do contrato. Nesta entrevista estão presentes os pais e a criança.

4.   EOCA
A EOCA é uma entrevista que se centra na aprendizagem do paciente, mas ainda é um otimo recurso para a criação de vinculo com a criança.
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*Espaço potencial é uma expressão utilizada por Winnicott. Sobre o espaço potencial Winnicott afirma: "O brincar tem lugar no espaço potencial entre o bebê e a figura materna. Brincar desenvolve-se no espaço potencial de acordo com a oportunidade que o bebê tem de experenciar separação sem separação, e sua iniciação está associada com a experiência do bebê em desenvolver confiança na figura da mãe" (WINNICOTT, in ABRAM, p.226).

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